São
Cristóvão, que teve a sublime ventura de transportar Jesus às costas, o
bom gigante inabalavelmente daria a vida, sem se importar com a
crueldade dos algozes.
São Cristovão nasceu no século III, era filho primogênito do rei de
Canaã, e recebeu o nome de Ofero Relicto despertando admiração pelas
suas virtudes, principalmente a delicadeza com que tratava as pessoas.
Era belíssimo e sua ambição maior era a se servir um rei que fosse muito
poderoso, que, supunha, fosse o maior da
terra, deixou-o, quando soube que Satanás era maior e mais poderoso.
Ouvindo
qualquer coisa a respeito de Jesus, muitíssimo superior a Satanás,
Cristóvão procurou informar-se. Buscou elucidações com um ermitão, e
ficou sabendo que Nosso Senhor era absolutamente o reverso do demônio,
apreciando os homens pela bondade para com o próximo, não pela grandeza.
Tendo-se
fixado à beira de um rio caudaloso, para fazer bem aos semelhantes,
propôs-se atravessar de uma margem a outra aqueles que disso
necessitavam, valendo-se da força imensa de que era dotado.
Uma noite, um belo menino solicitou os préstimos do gigante. Cristóvão tomou-o nos ombros e iniciou a travessia da corrente.
À
medida que avançava pelas águas, mais aquela tenra criaturinha lhe
pesava assustadoramente. Que significava aquilo? Como pesava! Dir-se-ia que levava aos ombros o peso do mundo! E o gigante,
arfando e bufando, e arcava ao estranho peso,
depois de lutar contra a fadiga, todo cansaço, conseguiu atingir a
margem oposta, que levara um tempo infindo para ser alcançada.
Limpando
o suor do rosto afogueado, Cristóvão, de narinas dilatadas, sorvendo
sofregamente o ar que lhe fugia dos pulmões, exclamou ao menino, já em
terra firme:
- O mundo não é mais pesado do que tu!
E o menino, sorrindo-lhe muito docemente, retrucou:
- Tu levaste sobre os ombros, mais do que o mundo todo - levaste o seu Criador! Eu sou o Jesus que tu serves! E Jesus o mandou cravar na terra o cajado no qual se apoiava.
No dia seguinte, o cajado tinha se transformado numa palmeira. O
milagre fez com que muitos se convertessem e levou Relicto Ofero a mudar
seu nome para Chistophoros (Cristóvão) que em grego significa “aquele
que carrega Cristo”.
Mais
tarde, por aquele Jesus que teve a sublime ventura de transportar às
costas, o bom gigante inabalavelmente daria a vida, sem se importar com a
crueldade dos algozes.
São
Cristóvão, logo, passou a ser invocado pelos condutores de veículos e
pelos viajantes, E a fórmula Christophorum videas, postea tutus eas
tornou-se comum através dos tempos. E aos que iam viajar, para que o
fizessem com segurança e sem atrapalhações, aconselhava-se:
- Olha São Cristóvão e vai tranqüilo!
Diz o martirológio, numa síntese:
Na
Lícia, São Cristóvao, mártir, que, sob o imperador Décio, tendo sido
ferido com varas de ferro e preservado da violência do fogo pelo poder
de Jesus Cristo, foi, afinal, atravessado de flechas e recebeu o
martírio, pela decapitação (III Século?) (Vida dos Santos, Padre
Rohrbacher, Volume XIII, p. 341 à 343) ( Fonte site: www.arautos.org)
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