Dominar a curiosidade
Um bom caminho para consolidar a
confiança que as crianças tem em seus pais, é quando desde pequenos, tentam
responder às suas curiosidades, quando perguntam o
porquê das coisas. Um filho só se abre com seus pais quando nota que
eles estão acostumados a ouvi-lo em qualquer momento, sobre qualquer coisa.
Será conveniente facilitar que perguntem as dúvidas que naturalmente vão
surgindo. E quando temos as respostas talvez dizê-lo com claridade: "isto
não sei, mas vou pesquisar" e depois, quando conseguimos os dados,
terminar a explicação.
Se os filhos tiverem a confiança de perguntar
aos pais as dúvidas que surgirem, evitaremos que resolvam todas as suas
perguntas só e sempre através da internet.
Com poucos clics um
menino inquieto pode encontrar um oceano de
material violento e cheio de ódio, etc. Em algumas ocasiões, esta informação encontra-se em sites que parecem inofensivos.
material violento e cheio de ódio, etc. Em algumas ocasiões, esta informação encontra-se em sites que parecem inofensivos.
Algumas vezes, pode ser útil pedir ajuda aos filhos para configurar as
opções de privacidade da rede social pessoal ou conversar sobre um correio
(indesejável) que o pai ou a mãe receberam. Assim se pode ir dando critério, já
que, afinal vão ser eles mesmos que agirão, e é importante lançar-se à
"arriscada confiança" de permitir-lhes crescer em responsabilidade de
acordo com suas idades.
Ajudar a focar-se
Ouve-se com frequência que as novas
tecnologias favorecem a superficialidade. Sem dúvida, o que não chega a
dizer-se é que o problema radica na dispersão da atenção que se produz quando
se realiza de forma simultânea três ou quatro tarefas. Algumas crianças pretendem
ler um livro, e enquanto isso, não só escutam música, mas ao mesmo tempo
revisam as atualizações das suas redes sociais, e estão atentos às notificações
que chegam ao smartphone. Esfumaça-se a linha entre uma atividade e outra.
Embora seja verdade que algumas atividades podem ser feitas ao mesmo tempo,
também é claro que há outras que requerem uma maior concentração, como é o caso
do estudo. Normalmente o cérebro não tem capacidade de estar em várias coisas
com a mesma intensidade. Será muito útil buscar formas que ajudem a centrar a
atenção; além disso, será um dos melhores conselhos para que no dia de amanhã
se convertam em bons profissionais.
Nesta tarefa é preciso apresentar os
motivos de fundo. Ante uma pergunta como: porque não posso ver agora um vídeo
de só três minutos? É necessário explicar – por exemplo – que não se trata só
de tempo, mas que é melhor não acostumar-se a seguir todos os estímulos que
aparecem ao nosso redor, que podem nos distrair da atividade que estamos
realizando nesse momento: faz o que deves e está no que fazes[6].
Precisamos estar prevenidos contra a
dissipação. Vale a pena evitar que a atenção se disperse excessivamente, para
facilitar que os filhos se concentrem no estudo, ou para conseguir que rezem
com vontade. O contrário torna tudo mais difícil, pois assim deixas
que os teus sentidos e potências bebam em qualquer charco. - E depois andas
desse jeito: sem firmeza, dispersa a atenção, adormecida a vontade e desperta a
concupiscência[8].
O falso atrativo da vaidade
Muitos dos avanços tecnológicos atuais,
quando não são retamente utilizados, têm a potencialidade de aumentar o
individualismo, de centrar tudo em melhorar a aparência manifestando uma
mentalidade superficial. « Os jovens são particularmente sensíveis ao vazio de
significado e de valores que muitas vezes os circunda. E, infelizmente, pagam
as suas consequências»[9].
Uma manifestação de vaidade é a
obsessão por incrementar a qualquer preço a quantidade de contatos (friends/followers)
acumulados na esfera digital. Nas redes sociais geralmente conseguem mais
seguidores aqueles que publicam com constância material interessante,
divertido, ou íntimo. «O significado e a eficácia das diferentes formas de
expressão parecem determinados mais pela sua popularidade do que pela sua
importância intrínseca e validade. E frequentemente a popularidade está mais
ligada com a celebridade ou com estratégias de persuasão do que com a lógica da
argumentação» [10].
Fortaleza e liberdade
Ensinar a dizer que não, equivale a
ensinar a dizer um grande sim, mostrando a beleza das virtudes, via para uma
vida feliz.
Obs.: O texto acima foi extraído do
original "Como navegar com segurança nos mares digitais", por Juan Carlos
Vásconez, e encontra-se na íntegra através do
link: http://opusdei.org.br/pt-br/article/como-navegar-com-seguranca-nos-mares-digitais/
[6] São Josemaria Escrivá, Caminho, 815; [8] São Josemaria
Escrivá, Caminho, 375; [9] Francisco, Ângelus na praça
de São Pedro, 4 de agosto de 2013; [10] Bento XVI, Mensagem para
XLVII Dia Mundial das Comunicações Sociais
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