quarta-feira, 19 de abril de 2017

Sociedade digital?

Dominar a curiosidade
Um bom caminho para consolidar a confiança que as crianças tem em seus pais, é quando desde pequenos, tentam responder às suas curiosidades, quando perguntam o porquê das coisas. Um filho só se abre com seus pais quando nota que eles estão acostumados a ouvi-lo em qualquer momento, sobre qualquer coisa. Será conveniente facilitar que perguntem as dúvidas que naturalmente vão surgindo. E quando temos as respostas talvez dizê-lo com claridade: "isto não sei, mas vou pesquisar" e depois, quando conseguimos os dados, terminar a explicação.
Se os filhos tiverem a confiança de perguntar aos pais as dúvidas que surgirem, evitaremos que resolvam todas as suas perguntas só e sempre através da internet. 
Com poucos clics um menino inquieto pode encontrar um oceano de
material violento e cheio de ódio, etc. Em algumas ocasiões, esta informação encontra-se em sites que parecem inofensivos. 
Algumas vezes, pode ser útil pedir ajuda aos filhos para configurar as opções de privacidade da rede social pessoal ou conversar sobre um correio (indesejável) que o pai ou a mãe receberam. Assim se pode ir dando critério, já que, afinal vão ser eles mesmos que agirão, e é importante lançar-se à "arriscada confiança" de permitir-lhes crescer em responsabilidade de acordo com suas idades.

Ajudar a focar-se
Ouve-se com frequência que as novas tecnologias favorecem a superficialidade. Sem dúvida, o que não chega a dizer-se é que o problema radica na dispersão da atenção que se produz quando se realiza de forma simultânea três ou quatro tarefas. Algumas crianças pretendem ler um livro, e enquanto isso, não só escutam música, mas ao mesmo tempo revisam as atualizações das suas redes sociais, e estão atentos às notificações que chegam ao smartphone. Esfumaça-se a linha entre uma atividade e outra. Embora seja verdade que algumas atividades podem ser feitas ao mesmo tempo, também é claro que há outras que requerem uma maior concentração, como é o caso do estudo. Normalmente o cérebro não tem capacidade de estar em várias coisas com a mesma intensidade. Será muito útil buscar formas que ajudem a centrar a atenção; além disso, será um dos melhores conselhos para que no dia de amanhã se convertam em bons profissionais.
Nesta tarefa é preciso apresentar os motivos de fundo. Ante uma pergunta como: porque não posso ver agora um vídeo de só três minutos? É necessário explicar – por exemplo – que não se trata só de tempo, mas que é melhor não acostumar-se a seguir todos os estímulos que aparecem ao nosso redor, que podem nos distrair da atividade que estamos realizando nesse momento: faz o que deves e está no que fazes[6].
Precisamos estar prevenidos contra a dissipação. Vale a pena evitar que a atenção se disperse excessivamente, para facilitar que os filhos se concentrem no estudo, ou para conseguir que rezem com vontade. O contrário torna tudo mais difícil, pois assim deixas que os teus sentidos e potências bebam em qualquer charco. - E depois andas desse jeito: sem firmeza, dispersa a atenção, adormecida a vontade e desperta a concupiscência[8].

O falso atrativo da vaidade
Muitos dos avanços tecnológicos atuais, quando não são retamente utilizados, têm a potencialidade de aumentar o individualismo, de centrar tudo em melhorar a aparência manifestando uma mentalidade superficial. « Os jovens são particularmente sensíveis ao vazio de significado e de valores que muitas vezes os circunda. E, infelizmente, pagam as suas consequências»[9].
Uma manifestação de vaidade é a obsessão por incrementar a qualquer preço a quantidade de contatos (friends/followers) acumulados na esfera digital. Nas redes sociais geralmente conseguem mais seguidores aqueles que publicam com constância material interessante, divertido, ou íntimo. «O significado e a eficácia das diferentes formas de expressão parecem determinados mais pela sua popularidade do que pela sua importância intrínseca e validade. E frequentemente a popularidade está mais ligada com a celebridade ou com estratégias de persuasão do que com a lógica da argumentação» [10].

Fortaleza e liberdade
Ensinar a dizer que não, equivale a ensinar a dizer um grande sim, mostrando a beleza das virtudes, via para uma vida feliz.

Obs.: O texto acima foi extraído do original "Como navegar com segurança nos mares digitais", por Juan Carlos Vásconez, e encontra-se na íntegra através do link: http://opusdei.org.br/pt-br/article/como-navegar-com-seguranca-nos-mares-digitais/



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