Longe de ser serafim, Anchieta era muito humano: temia a morte, entristecia-se quando caia doente, pelejava para não cair nas tentações. Porém deixando-se guiar pelo Espírito Santo, superava todas essas limitações com coragem e abnegação heróicas.
Seu amor pelos índios o levou a aprender rapidamente a sua língua e a compreender os seus costumes. Assim, encontrou meios de lhes comunicar a mensagem cristã de forma adaptada à sua cultura, em vez de simplesmente reproduzir o modelo de catequese aplicado na Europa.
Jovem vocacionado
Próximo à costa do Marrocos, há um arquipelágo espanhol conhecido como ilhas Canárias. Lá na cidade de Tenerife, nas ceu José de Anchieta, em 1534. Seu pai, originário da região basca (Espanha), era um homem rico e descendente de nobres. Sua mãe era natural das ilhas Canárias, era neta de judeus convertidos ao catolicismo.
O menino viveu com seus pais até os 14 anos, quando foi enviado para continuar seus estudos em Portugual. Seu crescente amor a Cristo e seu ardente desejo de leva r o evangelho aos pagãos fizeram com que amaduresse em seus espírito a vocação à vida religiosa.
Aos 17 anos, com as benção de seus pais, Anchieta foi aceito no seminário na Companhia de Jesus, em Coimbra.
Corpo frágil alma de herói
Seus pés descalços percorreram boa parte do território brasileiro, incontáveis idas e vindas pela costa e pelo sertão. Usando ervas medicinais ou - quando Deus assim o permitia - operando milagres, serviu e curou doentes. Sendo puro de coração, submeteu desde as mais dóceis criaturas até as mais ferozes: pássaros, peixes, onças e cobras ouviam a sua voz e obedeciam ao seu comando. Assim viveu José de Anchieta: nascido rico, fez-se pobre, e deixou aos brasileiros a sua maior herança, a fé em Cristo. De fato, o corpo frágil não foi empecilho para que Anchieta servisse a Deus e ao próximo com fervor. Disso daria testemunho o padre Inácio Tolosa: "De sua muita caridade (apesar de doente), tira forças pra servir ao Senhor.
Aos 19 anos, o noviço José de Anchieta deixou Coimbra rumo ao Brasil. Os médicos e superiores acreditavam que o clima ameno poderia abandonar os sintomas da sua doença, uma tuberculose óssea. O desembarque foi em Salvador na Bahia. Aí, Anchieta deteve-se por pouco tempo: logo recebeu uma carta do superior dos jesuítas no Brasil, Pe. Manuel da Nóbrega, chamando-o para São Vicente (hoje parte integrante do território da Estado de São Paulo).
Um pregador iluminado
Obediente e solícito, José de Anchieta nunca se negou a realizar um pedido de seus superiores...Exceto nas ocasiões em que o Pe. Manuel da Nóbrega o impeliu a subir no púlpito e pregar.
Não sendo ainda sacerdote (ele só o seria aos 32 anos de idade, na Bahia), Irmão José julgava que não tinha autoridade para realizar uma tarefa tão sublime.
Porém, em uma solenidade do dia da paixão, Nóbrega caiu enfermo e Anchieta teve que substituí-lo, de improviso. Tão grande foi a comoção e o impacto de seu irmão junto aos fiéis, que o Padre Nóbrega lhe disse: " Haveis de dar conta a Deus porque não quisestes pregar até agora."
Uma morte santa
Centenas de páginas seriam necessárias para descrever todas obres e milagres de Anchieta. Nos esforçamos para destacar alguns eventos mais relevantes.
Ao fim de 44 anos de intensos de intensos trabalhos e fadigas sobre o solo do Brasil, finalmente era chegada a hora de José de Anchieta partir para junto do Senhor. Prostrado sobre a cama e flagelado pelas dores, em seus últimos dias ainda encontrava forças para ouvir problemas e aconselhar os que iam visitá-lo.

Aos 63 anos , inteiramente lúcido, recebeu os últimos sacramentos e entregou sua alma, no dia 9 de Junho de 1597.
"A vida de São José de Anchieta é como uma labareda exuberante de ânimo, que convida os católicos a viver na caridade e no ardor missionário." (Fonte: Resenha do livro, José Anchieta o santo que amou o Brasil).
( São José de Anchieta escreve poemas em louvor à Nossa Senhora)
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