Quem de 
nós, ao menos nos tempos de nossa infância, nunca imaginou um marajá 
indiano ou uma princesa persa, vestidos esplendidamente, ornados com as 
mais finas joias e pérolas, passeado pelos ares sobre um tapete voador? 
Um tapete que obedecesse à voz de comando de seu nobre dono e que se 
alçasse aos céus com elegância e leveza? 
Se é certo
 que os tapetes não possuem capacidade de voar, não é menos certo que 
eles têm um poder precioso: o de levar a sensibilidade humana a viajar 
pelos altos paramos do mundo do belo.  
Quando 
começou a história da tapeçaria? Impossível saber. Não há registro nos 
anais da História, de quem foi o primeiro homem em cuja alma Deus 
acendeu pela primeira vez o desejo de entrelaçar fios coloridos para 
produzir algo de belo. Mas pode-se dizer que esse desconhecido foi – 
para quem sabe ver as coisas – um dos grandes benfeitores da humanidade.
  
Acomodando-nos
 confortavelmente sobre um imaginário tapete voador, retrocedamos 
quarenta séculos, para tentar conhecer um pouco da história dessas 
maravilhas criadas pelo homem para adornar pisos e paredes, alegrar os 
olhos e extasiar as mentes.
Caminhando
 pelos países do Oriente Médio e norte da África encontraríamos tapetes 
lindos em muitos locais. Vários indícios históricos deixam entrever em 
que medida os tapetes faziam parte da vida diária de diversos povos, 
inclusive nômades.  
Por 
pinturas encontradas em túmulos egípcios, pode-se constatar que, por 
volta de 2.000 a.C., já existia no país a arte da tapeçaria. Também nos 
deparamos com referências a ela na “Ilíada” de Homero e em vários 
autores clássicos. A Sagrada Escritura, a arte de tecê-los é mencionada 
desde o Êxodo.  
A peça 
mais antiga que se conhece, descoberta nos montes Altai, no sul da 
Sibéria, data do ano 500 a. C., e é surpreendentemente parecida com os 
tapetes de hoje. É admirável o grau de perfeição que a tapeçaria foi 
conquistando desde então, sobretudo na Pérsia. 
É 
interessante notar como as cores assumem um papel mais que decorativo e 
que, cada tapete, dependendo da combinação, toda uma concepção das 
belezas criadas por Deus está expressa de forma admirável. A isso 
acrescentemos o esmerado trabalho de tecelagem, que envolve ao mesmo 
tempo muita técnica e matéria-prima cuidadosamente preparada: lã, seda, 
algodão, além de tintas naturais que, com o passar do séculos, foram se 
aprimorando, até alcançar as variações atuais.  
Nós, que 
acabamos de atravessar o século XX, tão cheio de inovações tecnológicas e
 no qual a máquina assumiu cada vez mais espaço na vida de todos, 
dificilmente acreditaríamos que, durante o século XVI – considerado a 
época do apogeu da tapeçaria no Irã – a confecção de  uma autêntica peça
 persa pudesse levar até cinco anos para ser concluída.  
Isso 
porque,nas hábeis mãos dos artesãos, cada nó era dado com grande 
exatidão e os desenhos cuidadosamente elaborados. E cada uma das seis 
regiões da Ásia onde a tapeçaria se desenvolveu de forma relevante – 
Pérsia, Turquia, Cáucaso, Turquestão, Índia e China – os tapetes foram 
adquirindo peculiaridades próprias e fizeram transparecer, em diferentes
 matizes, aspectos de cada lugar e, mais ainda, de cada povo. 
Quiçá a 
Providência tenha colocado na lama destes povos, capazes de tal arte, 
algo que refletindo sua perfeições, brilhará de maneira especial quando 
eles se converterem a Cristo Nosso Senhor e suas almas forem trabalhadas
 pela graça do Batismo.Irmã Carmela Werner Ferreira, EP.(Transcrito da revista “Arautos do Evangelho”, nº 10, outubro de 2002, p. 50-51. Para acessar o exemplar do corrente mês clique aqui )

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