quarta-feira, 4 de setembro de 2013

A ÁRVORE DO PARAÍSO


Quanta exuberância e variedade encontramos na natureza vegetal!
Ou que dizer, por exemplo, do esplendor dos ipês, verdadeiras jóias que nos remetem a um mundo ideal?
 


Sem dúvida, uma das mais belas árvores que há, o ipê apresenta flores de diversas cores e tonalidades, cada uma simbolizando determinados estados de espírito do homem ou situações da vida.


Na florada do ipê amarelo, por exemplo, transparecem alegria e elegante formosura. Assemelha-se ele a uma árvore ornada de magnífico manto dourado, conferindo um ar de corte onde se encontra. São sóis que reluzem em meio ao verde da mata, e suas flores reunidas em cachos de ouro estão a nos transmitir uma mensagem e esperança no porvir, nas promessas de Deus ainda não realizadas, mas que se cumprirão a seu tempo.

 

 

Já o ipê roxo, quando floresce, apresenta uma beleza de suave tristeza e doce acolhimento, como a nos consolar, convidando-nos a estar debaixo de sua copa protetora. Lembra-nos a Paixão de Jesus, e nos ensina que esta vida é de luz, mas também de cruz.

 

 

Os ipês brancos, por sua vez, parecem nuvens, com seus flocos de uma tal alvura que nunca se deixam manchar.
Evocam-nos os Anjos a esvoaçar ou, mais ainda, a pureza celestial de Maria, Virgem Imaculada.


Saudades da inocência

Diz o Gênesis (2, 8-9) que Deus plantou um Jardim de delícias e pôs nele o homem, com toda espécie de árvores formosas à vista. Não podemos, então, imaginar que os ipês já tenham existido no Éden, e Deus os mantém nesta terra para nos fazer sentir saudades do Paraíso perdido?
Vemos tantos poetas e literatos escreverem a respeito das saudades de sua infância, dessa fase da vida em que as dificuldades, as decepções, os desastres e os horrores deste mundo de exílio não se haviam apresentado ainda.
Vem-nos naturalmente à lembrança a poesia de Casimiro de Abreu:
 
“Ai que saudades que tenho da aurora a minha vida,
De minha infância querida,
Que os anos não trazem mais!
Como são belos os dias
Do despontar da existência!
O mundo é um sonho dourado,
A vida, um hino de amor!”

 

Será que o caro leitor também não terá experimentado essas saudades, num certo momento de sua vida? Cada um dirá...
 
Interior da Basílica de Nossa Senhora do Rosário - Caieiras SP 

 
"A beleza salvará o mundo"
 
Essas considerações nos fazem melhor compreender a afirmação do Beato João Paulo II, na carta aos artistas:
 
"A beleza salvará o mundo".
Pois são as belezas criadas que nos abrem os olhos para os esplendores divinos e fazem nascer em nós aquelas "saudades" de Deus, a própria Beleza incriada, que levou Santo Agostinho a exclamar em suas confissões:

"Tarde te amei, formosura tão antiga, a tão nova. Tarde te amei. Tu estavas de dentro, e eu de fora, e ali te buscava; e eu feio ia em seguimento desta formosura visível, que tu fizeste".
Na época da infância, tudo é diferente, dourado, bonito, bom e delicioso. A criança, em geral, tem aquela singeleza, inocência e generosidade que a faz entusiasmar-se pelas coisas belas, que serão ora desenhos de nuvens num céu azul, ora figuras coloridas, ou ainda a narração de bonitas histórias.
Este ver assim não é uma ilusão de estar num mundo de fantasia, irreal, mas é a realidade vista com os olhos da inocência e da fé.
Por isso diz-nos Jesus:
 
" O reino dos céus é para aqueles que se assemelham às criancinhas" (Mt. 19,14).
 
Fonte revista Arautos do Evangelho.


Fachada da Basílica de Nossa Senhora do Rosário - Arautos do Evangelho - Caieras - SP 



  

 
 


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